Maria Sangrenta (Bloody Mary)


Fonte: D. Maria I, de Portugal e do Brasil.

    Muitos dizem que o caso de Maria Sangrenta tem a ver com a história da Rainha Maria I, ou seja, Rainha de Portugal. Antes de conhecermos a história de Maria Sangrenta vamos falar um pouco sobre a Rainha Maria I 1.

    “Maria I, apelidada de "a Piedosa" e "a Louca", foi a Rainha de Portugal e Algarves de 1777 à 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a partir do final de 1815 até sua morte. Quando o seu pai subiu ao trono em 1750, como D. José I, Maria tornou-se sua herdeira presuntiva e recebeu os títulos tradicionais de Princesa do Brasil e Duquesa de Bragança. A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança, que subiria ao trono como Pedro III de Portugal. Em 5 de janeiro de 1785, promulgou um alvará impondo pesadas restrições à atividade industrial no Brasil; como por exemplo proibia a fabricação de tecidos e outros produtos. Durante seu reinado, ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado". Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo marido Pedro III (1786) e seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil, morto aos 27 anos (1788), a marcha da Revolução Francesa, e execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina. Por isso, João, seu filho e herdeiro, que futuramente se tornaria João VI de Portugal, assumiu a regência. A Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil devido ao receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas. A família real foge para o Brasil a 13 de novembro de 1807, deixando Portugal à mercê do invasor. Quando Napoleão foi derrotado, em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir. Incapacitada, Maria viveu no Brasil por oito anos, sempre em estado infeliz. Ela morreu no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de março de 1816, aos 81 anos de idade. Após as cerimônias fúnebres, seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda, também no Rio. Com sua morte, o Príncipe Regente João foi aclamado Rei de Portugal, Brasil e Algarves. Em 1821, após o retorno da Família Real para Portugal, seus restos mortais foram transladados para Lisboa e sepultados em um mausoléu na Basílica da Estrela, igreja que ela mesma mandou erguer” 2.


           Existem várias histórias sobre Maria Sangrenta, uma delas conta que D. Maria I morreu em frente ao espelho com uma vela acesa e os olhos arrancados. Segundo a tradição uma das formas mais populares de convocar o espírito é pôr-se em frente ao espelho no escuro com uma vela acesa e chamar o nome dela três vezes. Este conto em particular encorajou jovens e mulheres a subirem um lance de escadas e segurarem uma vela e um espelho de mão numa casa escura. Quando olhavam para o espelho, dizia-se que poderiam ver a cara do futuro marido. Também se dizia que, em vez disso, poderiam ver a cara da Morte em forma de espírito para mata-lo, cegá-lo ou mutilar o seu rosto, isto significava que morreriam antes de se casarem. Em algumas das variações da lenda Maria era uma bruxa que foi enforcada ou queimada na fogueira – ou que perdeu os filhos, seja por tê-los matado ou porque alguém que os tomou dela, fazendo-a cometer suicídio. Essas variações podem vir com invocações diferentes: “Bloody Mary”, eu matei seus filhos”, “Bloody Mary, eu estou com seu bebê”, por várias décadas a sua tradição permaneceu 1.

Filmes relacionado a espelhos.



 


Referências Bibliográficas

1             IRVINE, A.; FRIEDMAN, A.; O diário de John Winchester. p. 104-105. ed. GRYPHUS, 2010, Rio de Janeiro.

2         Biblioteca Nacional. 6 de abril de 2020. D. Maria I, a rainha louca. Biblioteca Nacional. Disponível em: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/04/vem-ai-d-maria-i-rainha-louca-tema-exposicao

Modificado em 10 de janeiro de 2021

 



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