Lendas Brasileiras: Capítulo IX

A ÁRVORE DAS ALMAS

Essa é uma Lenda Urbana muito antiga, perdida no tempo que uma senhora me contou quando eu era pequeno, espero que gostem. Por volta de 1845 em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, havia essa Lenda Urbana sobre a árvore das almas. Tal árvore ficava em um bosque atrás da cidade, ela era enorme e oca. Tinha uma passagem imensa onde as pessoas podiam entrar dentro. Nessa época acreditava-se que a árvore era abrigo para centenas de almas as quais a origem é desconhecida. Uma vez por ano, na sexta-feira santa a meia noite, elas saiam da árvore para uma procissão pela cidade. Caminhavam por todas as ruas da cidade, cada uma com sua vela na mão dando sua benção. Os moradores por sua vez, em respeito às almas deveriam ficar dentro de casa, com as janelas e cortinas fechadas até que a procissão terminasse. Em uma dessas procissões, uma garota da cidade resolveu olhar pela janela. Ela ficou maravilhada, centenas de mulheres vestidas de branco, com uma vela grande na mão, recitando algo que não se podia ouvir. Ela notou que as almas não eram seres comuns, pois seus corpos eram meio transparentes e luminosos. Maravilhada com o que vira, ela abriu sua janela, saltou e foi seguindo as almas. Quando a procissão terminou as almas voltaram para o bosque. A garota hesitou um pouco em segui-las, mas pensou se já foi tão longe era melhor ir até a árvore. De longe e atrás de alguns arbustos ela avistou a árvore e as almas foram entrando dentro e desaparecendo. A última alma da fila parou antes de entrar, virou-se para a garota e olhou-a nos olhos e começou a andar em sua direção. A garota por alguma razão não sentiu medo e esperou o fantasma se aproximar. A alma lhe estendeu a vela. “Um presente por sua coragem.” – disse o fantasma sorrindo. “Obrigado.” – respondeu a garota sem reação. A última alma voltou para a árvore, antes de entrar olhou a garota novamente e desapareceu. Quando a garota olhou de novo para a vela, esta tinha se transformado em um fêmur. Assustada ela correu para casa e contou a seus pais o que havia ocorrido. Os pais muito preocupados a mandaram de volta ao bosque e disseram que ela deveria enterrar o fêmur de baixo da árvore, pois eles não queriam um osso humano em casa. A menina foi vista pela última vez entrando no bosque. Suas pegadas podiam ser vistas até a árvore, mas ali ela não estava. Diz à lenda que a garota pode ser vista durante a procissão, ela vai levando sua vela, no último lugar da fila das almas.
Pensem bem antes de ser curioso (a)!

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