Lendas Brasileiras: Capítulo XI - A Lenda do Bradador

A lenda do Bradador é uma das histórias de terror mais curiosas e menos conhecidas do folclore brasileiro, principalmente contada em regiões rurais do Nordeste e do interior do Brasil. Ela mistura elementos sobrenaturais com um clima de mistério arrepiante, semelhante a outras figuras folclóricas.

Diz a tradição que, em noites silenciosas, quando o vento para e tudo parece calmo, ouve-se ao longe um grito assustador e prolongado, como se alguém clamasse por socorro… ou lançasse um brado de dor eterna.
Esse som arrepiante não vem de pessoa viva — vem do Bradador, um espírito condenado a vagar pelos campos e estradas desertas.

Há quem diga que o Bradador foi, em vida, um homem muito perverso: um senhor cruel, que maltratava pessoas, cometia injustiças e nunca se arrependia. Quando morreu, sua alma não encontrou descanso. Como castigo, foi condenado a gritar pelas noites, assustando quem ousa caminhar sozinho depois do pôr do sol.

Outras versões contam que era um vaqueiro perdido: ele desapareceu misteriosamente durante uma tempestade e nunca mais foi visto. Dias depois, começaram a ouvir seus gritos ecoando pelos vales. Dizem que ele ainda procura o caminho de volta para casa — mas nunca encontra.

Alguns relatos populares afirmam que quem responde ao brado — gritando de volta — pode ser amaldiçoado ou atraído para a mata, onde desaparece. Entre moradores antigos, o Bradador serve como alerta: ninguém deve andar sozinho à noite, especialmente por caminhos desabitados. Também simboliza a ideia de que as más ações em vida têm consequências, mesmo depois da morte.


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